sexta-feira, 29 de julho de 2011

A preço de banana



Amanhã tem festinha para o sorteio das eliminatórias da Copa. Dizem que os gastos giram em torno de 30 milhões e a Fifa afirma que não tem nada a ver com os gastos. De onde vem a grana, então? Enquanto isso, Nova Friburgo continua aos escombros, boeiros explodem pela cidade, professores estaduais em greve... É incrível nossa passividade! Fosse na Europa, ou mesmo em alguns países da América Latina, haveria protesto e carros em chamas.

Radicalismos à parte, nos acostumamos a ser o país das festas, do carnaval, do futebol, que fecha os olhos para a realidade e a tudo aplaude, com tudo se emociona. Depois de tanto tempo renegados ao papel de terceiro mundo, eterna colônia, vivendo de esmolas, algumas pequenas vitórias nos fazem acreditar que somos os novos donos do mundo, o país de um futuro que nunca chega. E a gente se veste de verde e amarelo para esquecer que a situação continua preta.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Back to black


E lá se foi Amy Winehouse. Mais um talento atormentado incapaz de encarar a realidade. Como somos capazes de tal cinismo?

Perde a música, perdemos todos nós.

R.I.P.

sábado, 16 de julho de 2011

Números da popularidade


Ainda estranho quando vejo tópicos de divulgação de blogs do tipo "Sigo quem me segue" ou quando alguém deixa uma mensagem apenas para avisar "Tô te seguindo". Quando comecei a escrever textos na internet, divulgava minha página visitando outras que também me interessassem e, quem tivesse curiosidade retribuía a gentileza. Nada obrigatório, apenas identificação com os textos. E assim, conquistei amigos e leitores fiéis. Nunca segui quem me segue apenas para agradar ou ter um seguidor a mais. Afinal, de que adianta ter muitos seguidores, mas poucos leitores?

O mesmo acontece com as redes sociais. O que fazer quando a filha adolescente daquele vizinho que você só cumprimenta quando esbarra na escada te pede para ser adicionada??? Ou o filho da sua prima que tem apenas seis anos de idade??? Em geral, adiciono para não gerar traumas infanto-juvenis, mas removo na primeira "faxina" virtual. Já ouvi conversas entre jovens sobre quantos amigos cada uma tem no Orkut, mesmo que a maioria não tenha qualquer papel significativo no mundo real. Apenas números, mas que geram a vã ilusão de ser influente, visto, ouvido ou amado.

Escrevo porque gosto, preciso, sinto falta. Sigo quem diga algo que me interesse. Sou amigos dos meus amigos, colegas de trabalho e familiares. O resto são números e meu negócio é a Língua Portuguesa, não a Matemática.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dia do Homem

E então, eis que chega o tal "Dia do Homem". Não sei se já existe há muito tempo, mas este ano foi a primeira vez que ouvi falar na data. Aos invés de ganharmos presentes, como as mulheres, recebemos incentivo para cuidarmos da saúde. Uma boa noite de sexo já seria um ótimo regalo, além ajudar na melhoria do bem estar de qualquer homem. Só aqui no Brasil a data é comemorada hoje, 15 de julho, no resto do mundo, em 19 de novembro. Por quê? Outra coisa que não sei explicar. A causa é nobre, pois a maioria dos homens considera o hábito de ir ao consultório médico o último recurso. É uma maneira (idiota) de demonstrar força e resistência. Coisa de macho. Embora a ideia seja boa, considero mais uma data que vai passar praticamente em branco no nosso calendário. Se ao menos fosse feriado...

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Inverno é um inferno



Há quem goste do inverno porque diz que as pessoas se vestem melhor, ficam mais elegantes e não tem aquele suadouro do verão. Até concordo, mas como sou nativo da tribo "Pocarropa", esses argumentos não são suficientes para me convencer a gostar desse frio de matar. Literalmente. Até gosto de um temperatura amena, tipo outono ou clima de serra durante o verão, mas sair de casa carregando dez quilos de casacos sobre o corpo não faz minha cabeça.

Com exceção da hora de dormir - a única coisa para qual o frio é bom -, todo o resto é um sacrifício!!! A começar pela manhã. Quem fica feliz em sair debaixo do edredon às seis da madrugada??? Nesse tempo, o expediente deveria começar mais tarde ou quando (e se) a temperatura aumentasse. Lavar o rosto, tomar banho... tudo que envolva água congela e dói. É, o pior de tudo é que o frio dói. E sentar no vaso sanitário, então!?! Chego a ter prisão de ventre só de pensar!!! Vale aqui uma menção honrosa a quem inventou a tábua aquecida.

De positivo, destaco as comidas e bebidas. Afinal, um bom vinho no fim de noite tem o seu valor. Além disso, é muito gostoso ver um filme debaixo das cobertas e bem acompanhado. O que vem em seguida é ótimo em qualquer estação, hehehe. E para quem gosta de dormir de conchinha - o que não é o meu caso, pois me mexo demais -, é um prato cheio! Apesar disso tudo, tenho vontade de conhecer e brincar na neve. Mas não aqui no Brasil! Deixo para quando for à Nova York...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A década que não terminou



Mais de uma década após o início do novo milênio e os anos oitenta continuam mais vivos que nunca. Quando começou o surto de festas oitentistas - a mais popular delas conhecida como "Festa Ploc" - achei que seria algo temporário, pois tudo demais enjoa. E qual não é minha surpresa toda vez que me deparo com regravações ou mesmo versões originais de clássicos da época em produções atuais, como "Que país é este?" na trilha de Insensato Coração. E foi também com enorme prazer que assisti à reunião de ícones dessa década para o programa especial de aniversário do Serginho Groisman no Altas Horas. Uma verdadeira celebração ao melhor dos anos 80!

Pergunto-me o porquê de tudo isso. As hipóteses são as mais variadas: a qualidade decadente da produção artística a partir dos anos noventa, que gerou poucos artistas a serem lembradas; a riqueza criativa dos que das mais variadas formas conseguiram representar as mudanças políticas e sociais que o país atravessava há trinta anos; a variedade de sons, que ia do humor de Blitz e Ultraje a rigor ao som urbano do Ira!, passando pela poesia de Cazuza e Rento Russo; ou simplesmente porque a música atual é tão ruim que se faz necessária uma fuga em busca de algo melhor.

É uma análise simplista, mas de alguém que viveu a década de oitenta com todas as nuances da adolescência e traz a marca de diversas músicas como trilha sonora para suas descobertas, alegrias e decepções. Longa vida ao Brock 80!!!