Domingo passado, resolvi aventurar-me em algo surpreendente e inusitado: ir a Santa Cruz de trem. Bem, a má fama da linha ferroviária do Rio de Janeiro percorre o país, mas como tive uma experiência positiva no carnaval - é claro que estava cheio, mas não esperava menos que isso! -, resolvi dar mais um voto de confiança para a SuperVia.
O percurso era simples: Bonsucesso - Maracanã (transferência) - Santa Cruz. Mas, havia mais de trinta estações e alguns contratempos no meio do caminho!
É pra chorar!!!
Decidi não ir muito cedo, pois havia desfile do Monobloco no Centro e muitas pessoas iriam para lá de trem. Fui por volta de onze horas. Ao comprar o bilhete, a primeira surpresa: o comboio só passaria ao meio-dia. Se eu não fosse tão cabeça dura e decidido a conhecer esse novo trajeto, teria desistido nessa hora. Esperei pacientemente pelo transporte. Eis que, ao aproximar-se o horário - cumprido pontualmente -, a plataforma começou a ficar cheia. Muita gente saindo do Centro Universitário Augusto Motta, a UNISUAM. "Alguma prova", pensei eu.
Adentrei o trem. Fui em pé, mas não estava apertado. O ar condicionado funcionando perfeitamente, assim como meus fones de ouvido, porque ficar ouvindo conversa dos outros no trem já é um pouco demais pra mim! Na estação Maracanã, plataforma enchendo. Foi quando descobri que neste domingo aconteceu a prova para a Comlurb. Dali em diante, todas as estações cheias.
Tudo corria relativamente bem, até chegar a Madureira. A quantidade de pessoas que entrou ali era tão grande que fiquei torto, espremido e, pra piorar, a bateria do celular descarregou! O único consolo ainda era o ar condicionado, que desempenhou bem o seu papel por toda a viagem. E que viagem!!!
Minha sorte foi não ter ficado perto de uma porta com o mapa das estações (como o ilustrado acima) e, dessa forma, não ter a mínima noção de quanto tempo aquilo ainda duraria. A uma certa altura, um indivíduo achou que seria uma boa ideia viajar com as portas abertas, deixando o ar condicionado sair. Juro que torci para que ele caísse nos trilhos!
Houve momentos engraçados, pois a plebe é rude, mas também é divertida. Alguns exageros, mas nada de funk ou palavrões. A maioria vinha da prova e já estava com a mente e o corpo cansados, tão doidos pra chegar aos seus destinos quanto eu. Mas a viagem foi looooonga... parecia que ia chegar a Tóquio, mas não a Santa Cruz!
E, nessa brincadeira, foram quase duas horas do meu dia. De ônibus não seria muito diferente. Essa terra é longe pra cacete!!! Resumo da ópera: não escolhi um bom dia para esta experiência, então, não posso tirá-la como parâmetro. Talvez, num domingo normal, o trem esteja mais vazio e a viagem seja mais rápida. O tempo gasto equivale a ir de ônibus, sendo que paguei apenas uma passagem (de ônibus seriam duas) e fui no ar condicionado, o que torna tudo menos pior. Talvez um dia repita esta aventura, mas, na próxima, quero testar o BRT!