domingo, 27 de novembro de 2011

Papo de taxista

A conversa a seguir aconteceu entre uma colega professora e um motorista de táxi. Ele reclamava dos colegas de escola do seu filho que faziam piada com o nome do garoto, Luther King.

_ Pois é, eles ficam fazendo piada com o nome do meu filho. Eu perguntei a eles, "Vocês sabem quem foi Luther King? Gandhi? Cabral?"

_ Ah, Cabral descobriu o Brasil! - eles responderam

_ É, mas vocês sabem como ele descobriu o Brasil?

Os jovens permaneceram em silêncio e o homem começou sua explicação.

_ Tinha um homem que ia invadir a Europa. Não consigo lembrar o nome dele agora... Napoleão??? Não, Napoleão era brasileiro!

A professora, atônita, não sabia como corrigir o homem, mas sentiu-se na obrigação de esboçar algum comentário:

_ Ai, também não consigo me lembrar o nome dele agora!

E o motorista prosseguiu:

_ Bom, isso não tem importância! Então, esse homem ia invadir a Europa, aí todo mundo fugiu de lá. Foi assim que o Cabral descobriu o Brasil, Colombo descobriu a América...

A professora respirou aliviada porque seu ponto havia chegado.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sobre preconceito e hipocrisia


Considero uma hipocrisia quando ouço alguém dizer que não tem qualquer tipo de preconceito. Isso é impossível! Caso contrário, não teríamos tantos conflitos motivados por rejeições. Somos humanos, e como tais, cheios de falhas e em constante processo de mudança. E é uma tremenda covardia não aceitar essas imperfeições e associar o preconceito a outros motivos que não os verdadeiros, como cor, origem ou opção sexual.

Quem nunca proferiu ou ouviu declarações do tipo "Tinha que ser preto!", "Vê se deixa de viadagem, porra!", "Que gorda invejosa...", "Aquele paraíba safado!" e outras afins?!? Até mesmo na tentativa de ser elogioso o preconceito pode aparecer, como na frase "Que preta bonita!", que nunca é ouvida na versão "Que branca bonita!"; como se a primeira fosse uma exceção à regra.

Nosso país, apesar de sua imensa diversidade, talvez seja um dos lugares onde esse mal está mais arraigado, pois praticamos o preconceito velado. Ao contrário dos EUA ou da África, onde se sabe muito bem o que é "território de preto" e "território de branco", fingimos uma naturalidade que vai por água abaixo ao tentarmos fazer uma simples compra numa loja onde, teoricamente, não pertencemos.

Aparentamos ser um povo muito justo, desde que o negro continue nas favelas e escolas de samba, o nordestino nas portarias e na construção civil, o gay no salão de cabeleireiro, a gorda não sente ao seu lado na lotação e os mendigos debaixo dos viadutos. Sim, somos uma nação preconceituosa! E como todo processo de cura, o primeiro passo é admitir essa verdade. Caso contrário, continuaremos com nossos sorrisos amarelos e nossas máscaras de aceitação fantasiando essa hipocrisia.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O novo sempre vem


Não existe lugar onde algo se torne tão rapidamente ultrapassado quanto o mundo virtual. A cada dia são novos serviços, sites e redes sociais que fazem uma semana sem conectar parecer uma eternidade. Mas eu gosto de simplificar. Tenho apenas um e-mail (já tive uns quatro ou cinco), um blog (também já tive mais de um ao mesmo tempo) e um perfil em rede social. Ou tinha até há pouco.

De repente, meu bom e velho Orkut, onde reúno meus amigos (e colegas), partilho minhas fotos e participo de discussões em comunidades, está sendo substituído pela febre do Facebook. Tem sido um êxodo em massa! E há quem fique com os dois, postando as fotos e mantendo tudo atualizado. Haja tempo e disposição!

Já havia aberto uma conta no Facebook para experimentar a "novidade" e, sinceramente, não vi nada de extraordinário. Fora o layout mais limpo, não vi graça naquele lugar. Desativei a conta. Tempos depois, descobri que é possível divulgar o blog por lá e a reativei. Quanta gente encontrei por lá! Todos "desertores" do Orkut. Mas a questão prevalece: o que tem de mais???

Acredito que seja muito interessante para quem possa ficar todo o dia on line mandando recadinhos - muitos pelo celular. No mais... Fotos? A outra rede também tem. Me cadastrei em um grupo, e as mensagens vêm todas por e-mail!?! Cadê as comunidades??? Horóscopo do dia? Curtir? Cutucar? Joguinhos? Fala sério... Conheço muitas pessoas que pensam como eu, mas já estão lá para não ficarem de fora do mundo virtual.

Já fui até chamado de preconceituoso e antiquado, mas será que tudo que é novo sempre é melhor??? Eu não desisto do Orkut! E creio que o tal Facebook terá o mesmo fim que o MySpace. Quem viver (on line), verá!

P.S. - Se alguém puder me mostrar quais as verdadeiras vantagens do Facebook, aceitarei com prazer.