terça-feira, 28 de junho de 2011

A gente não quer só comida



Resumo da ópera para quem não é do Rio de Janeiro: os professores do Estado encontram-se em greve por tempo indeterminado. A adesão não foi total, mas de uma grande parte da categoria. Paralelamente, começou a ser distribuído na última quarta-feira, dia 22 de junho, o chamado "Auxílio-Qualificação": um cartão de débito semestral no valor de R$ 500 a serem gastos em atividades culturais. Um benefício já previsto e oportunamente cumprido.

Não quero entrar no mérito da intenção governamental com este gesto, mas na reação de alguns colegas a este agrado. Antes mesmo de ter o cartão nas mãos, muitos já anunciavam que iriam gastá-lo no supermercado. Uns como forma de protesto, outros apenas de gaiatice. Minha dúvida é: será que estavam passando fome antes disso? Ou passarão a comer mais por conta de um dinheirinho extra? OK, cada um na sua.

Quanto a mim, felizmente, não me falta nada à mesa. Também não acredito que esta forma de protesto irá acarretar em algo, além de desperdiçar um investimento no aprimoramento pessoal. Tenho comida no prato, no entanto, há muito que não vou ao cinema ou ao teatro. Ainda não assisti a um filme em 3D!!! Para isso me falta grana e, enquanto o Governo não nos concede um salário decente, não vou abrir mão deste paliativo.

3 comentários:

  1. a classe menos valorizada no país sao a dos professores... isso é um absurdo... são eles q formarão os jovnes de amanhã

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  2. Se os professores passam fome, têm que se unir em prol de um salario maior.

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  3. Acredito que certa dose de hipocrisia esta contaminando a mente de muitos docentes,eu acredito que precisamos mudar o sistema educacional,mas deixar de reconhecer o trabalho de atores,escritores e outras pessoas que poderiam somar conhecimentos,disseminar idéias.Existe uma necessidade maior na sociedade de conhecimento,de contextualizar na mente das pessoas,uma diferença sórdida entre protestar e ser contaminado pelo ócio...

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